Evento criado por Carlinhos Brown completa 30 anos

É verdade que todo Carnaval tem seu fim. Mas, em Salvador, os foliões aproveitam até o último minuto para atrasar a volta à realidade. Há aqueles que só vêm para curtir o tradicional Arrastão, que acontece na Barra-Ondina, na Quarta-feira de Cinzas, desde há 30 anos.
Jaciara Batisa saiu da cidade de Alagoinhas, durante a madrugada para chegar há tempo de curtir o Arrastão com as irmãs. Para as mulheres da família, a celebração tem um significado especial.
“Meu irmão trabalhava todos os dias durante o Carnaval e só podia curtir a Quarta-feira de Cinzas. Ele trazia todo mundo, então nós damos continuidade à tradição”, explicou Jaciara, a irmã mais velha. O irmão faleceu de covid-19, durante a pandemia, e curtir o último dia de folia é uma forma de celebrá-lo.
Quem também só aparece na avenida para celebrar o Arrastão é Mônica Vieira Coelho, policial militar aposentada. A tranquilidade e a segurança do último dia de festa motivam a vinda. “É um dia muito especial, mais calmo e tranquilo. Tem a beleza desse mar e dessa gente. Conseguimos olhar realmente as pessoas”, comentou.
Os inimigos do fim, como Márcio Soares de Oliveira e Jaime Roberto, também marcam presença desde cedo no Farol da Barra. Depois de praticamente emendar a noite de terça-feira (4) e esta quarta (5), eles vieram prestigiar o cacique Brown. “Começamos o Carnaval com ele e temos que terminar do mesmo jeito, com chave de ouro”, celebrou Márcio.